sexta-feira, 6 de julho de 2007

Simplesmente jogar...

Hoje faz 25 anos que o Brasil perdeu da Itália em 82. Lembro exatamente onde eu estava quando isso aconteceu. Sempre falamos da importância daquela derrota em nossas vidas. Quem ouvia, ria. Que vivemos por um tempo em dúvida entre jogar bonito e jogar pra ganhar. Na vida, digo. Que toda vez que vc se apaixonava, podia correr o risco de ser bonito demais. E perder. Um grito fora do tom, um passe arriscado. Que andássemos na linha, que ela seria a linha da vitória. Beber, encontrar os amigos, namorar, até uma idade, a idade do vestiário, no aquecimento pra vida, porque, depois, era entrar no Campo da vida, e ser “sério”. Jogar “sério”. Pra ganhar. Donis, Maicons, Júlios Batistas de gravatas.Ter uma profissão de futuro, entrar numa empresa, e casar. Ou o inverso. Pensa! Sem firula, nem drible, vamos cruzar pra área, sobe um lateral de cada vez. Olho agora para o time, onde ele está? Será que estou sonhando agora, deve ser a música, quebrei o fluxo do texto, driblei e me perdi. Vc ainda está aqui? Sonhando? Volto. Lembrei do Doutor, o calcanhar, o Zico, voltei. Sou do país do imaginário. Seja marginal, seja herói. Sou viagem. Sou do 4 4 2 com gente que crie. Porque somos os únicos no mundo que podem. Acho o Dunga chato. Essa seleção chata. E que não me obriguem a casar sem amor, porque quem um dia amou, lá em tantos 82, sabe a diferença.

* Esse texto é do Dan Stulbach

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